segunda-feira, 23 de fevereiro de 2015

Cuba | parte I - Mochilão




Post sofrido.

Rever fotos, lembrar histórias e vontade de voltar pra lá, definem.
(Y hablar portuñol) 
Resolvi fazer em duas partes.Uma geral sobre Cuba: Havana, a Escuela de Cine e alguns outros lugares, e este post sobre o mochilão de alguns dias, que na companhia de mais três pessoas queridas. Percorremos algumas cidades no interior da Ilha, Santa Clara que sempre quis visitar desde moleca e comecei a ler histórias do Che Guevara, lá está seu mausoléu e de outros revolucionários que lutaram, foram presos e executados na Bolívia. Uma expedição do governo cubano, no começo dos ano 90, resgataram seus corpos que descansam no local. 
Fomos para o litoral a procura dos cayos, e a primeira vez que pisei numa praia e foi "Flor, bem vinda ao Caribe!!!" passamos por Remédios, Cienfuegos e mais praias, subimos a montanha em direção a El Nicho, com bela cachoeira. Restaurantes inesquecíveis para ser feliz comendo pescados e camarões. 
Para facilitar, vou fazer comentários nas fotos :)


Santa Clara:Visitei o mausoléu do Che, lembrando agora que foi cogitado passar pela cidade e ir para outra sem visitar esses pontos importantes (não só turísticos), bem, eu iria ver. Mas... todos resolveram ficar. Escolhemos três pontos  para ir: o Mausoléu (foto), o Hotel com as marcas de bala da Batalha e o Trem Descarrilhado. 
É um monumento grande, cheio de frases dele e do Fidel, tem uns "desenhos esculpidos", um sobre trabalho voluntário. Ficamos lá olhando, lendo... e eu perguntei "onde estava" o túmulo em si?! Estava "alí em baixo" e pronto? Achei muito perdido e resolvi dar uma volta... Encontrei uma entrada em baixo do Mausoléu, que apontava para duas salas: uma era um mini museu com peças dele e dos outros soldados resgatados e a outra com os túmulos contendo os restos mortais, trazidos pela expedição cubana a Bolívia (1991, creio). Parecia boba a minha pergunta, mas no Trip Adivisor, parece que tem uma galera que foi lá e não viu o que tem lá em baixo... Fica a dica: Dar a volta na monumento todo. Não pode fazer fotos nessas salas, mas digo o que tem... 
A maioria das coisas tem haver com o Che. Um monte de fotos que eu nunca tinha visto (é gato! pronto, falei!), câmera fotográfica dele, uma Zênit =), documentos, cédulas assinadas quando ele foi ministro (da fazenda, ok?!), armas, e o principal: uma roupa. Como explicar que a roupa era pequena?!!!!!!!!!!! Ele era baixinho?! Pequeno?! Acabou-se outra "fantasia" minha (a outra é sobre trem descarrilhado), pensava nele grandão (risos)...  Bem, ir lá também foi um presente pra (mim) Flor adolescente, que na 8ª série (13 anos) foi na biblioteca e pegou um livrinho chamado "Primeiras viagens - Che Guevara", era um livro de cartas, quando viajou de motocicleta pela América Latina com seu amigo Alberto Granado. Depois, outras leituras também. De quando falava sobre a cidade onde estava seus restos mortais, laaaaá em Cuba... Eu fui. 
Bem,  depois entrei na outra sala onde estão os túmulos (não me recordo o número ao certo, 13, acho). Estão numa estrutura como de gavetas, tem um tocha acesa ao fundo. Fiquei ali em frente por alguns instantes e não sabia o pensar. Respeitei o silêncio. Depois, lá fora, enquanto olhava a mochila da outra parte da galera que entrou pra visitar, fui encher a cumbuca do chimarrão da nossa amiga, e aproveitar pra provar o mate, continuo sem gostar. Derramei um monte! Desastrada.
 Ficou uma super mancha no chão, não secava... e eu com medo do guardinha vê e me fazer limpar a praça inteira (lá tudo muito limpo e organizado)... Na conversa, depois, a dona da cumbuca me confirmou que Che gostava de mate. "Pronto! Lhe deixei uma oferenda!"

Mausoléu Che Guevara - Santa Clara - Cuba. Com Alejandro Perez.

        O Hotel Santa Clara Libre foi símbolo da Revolução Cubana, quando revolucionários liderados por Che Guevara, tomaram o último local de resistência na cidade, das tropas de Fulgêncio Batista. Depois de intensa troca de tiros (marcas na fachada) chegaram ao prédio pelas construções laterais ao edifício. Foi uma batalha importante, e a última para declarar a Revolução Cubana vencedora. Ouvi a história contada por pessoas da Escuela de Cine que também passavam pela cidade, e de uma amiga que mencionava o lugar, dizendo que Fidel interviu para que durante reforma do Edifício, as marcas não fossem apagadas. Foi também o único lugar em Cuba onde me pediram esmolas, sabonetes para ser mais direta. Justamente na mesma manhã conversávamos sobre não termos visto pedintes, mendigos ou pessoas em extrema pobreza e miséria por onde passamos até então. Ficamos pensativos. (Lembrando que não éramos turistas rycos que frequentava somente pontos turísticos)


 Venda de legumes frescos no caminho para outro monumento na cidade. Tem milhares dessas bancas por todo país. As cebolas tem um cheiro tão forte que única coisa que tinha vontade, era de cozinhar. #alimentosorgânicos.
 Monumento do Trem Descarrilhado.
Exatamente essa a minha cara ao ir no "O trem descarrilhado". Conheci a história ainda quando adolescente... "Em Santa Clara, o próprio Che entortou os trilhos com um trator. Um trem que vinha com armamentos descarrilhou e foi tomado. Ponto importante para "vencerem" a Revolução..." Tão inteligente, heroico, fiquei sabendo que tinha "o monumento" em Cuba, imaginei um super cenário: "pouco distante da cidade, na mata, os trilhos tortos, o trator ainda no lugar, os vagões caídos e muita mata. Daí chego lá pra conhecer e vejo esse babado fake q tá aí atrás! Por partes: O pontinho amarelo e bem pintado, é o trator, os vagões são originais, tem umas exposições lá dentro, na pilastra tem escrito a história, o trilho foi consertado e ainda passa trens, o Che aí em pb. Paga-se pra passar por essa cerquinha verde e ouvir algumas coisas do guia, e a minha cara depois de ver e ter acabado com a minha fantasia, bem mais legal e bonita. Dái meu namorado me diz pra ver "se consolava": "Mas o Che esteve aí..."



Pausa na parede bonita pra fazer uma foto =)

Plaquinhas do amor.

Monumento em homenagem a passagem dos Beatles por Santa Clara.
(brincadeira... )
No táxi até Santa Maria, conhecemos uma canadense que resolveu viajar o mundo fazendo trabalho voluntário em troca de casa e comida, foi uma conversa interessante de ouvir (inglês espanhol).               
Da série que reuni fachadas bonitas que fotografei por lá =) 


Prazer, Caribe!!! Primeira caminhada em uma praia da Ilha, chegamos a Cayo las Brujas. Pausa para comer coco e o meu momento ninja: convidei a galera para bebemos água de coco. Colhemos, saquei uma faquinha da mochila, furei, fiz Alejandro quebrar o coco num tronco, abriu, fiz uma paeta com a parte de fora do coco e comemos "a carninha". Foi muito "A Lagoa Azul"... hahaha...
Daí quando escolhemos um ponto para ficar, ele saca da mochila alfajor's argentinos. Ok, ele foi mais ninja (o filme agora foi "A Praia").


Não consegui clicar o pelicano que estava dando o ar de sua graça.
Estávamos em um cayo sem ter nada certo para voltar ao continente (?! mas é uma ilha da ilha...) Tentaríamos algum transporte, carona ou ver como acampar. Vida loka! Ok... Encontramos um casal que havia combinado um táxi para pegá-los em pouco tempo, eles toparam dividir com a gente. O carro era um Ford dos anos 50, super espaçoso e charmoso. Momento "cinema direto" (quando o momento podia ser a cena de um filme) vendo o quase pôr do sol da  estrada sobre o mar (seria uma ponte de mais de 40 km que liga os Cayos). A cidade que eles estavam era Remédios, ok! Topamos o destino =) Lá acontece uma festa no dia 24 de dezembro (mas não é "Natal")com tradicional queima de fogos. Ocorreria em poucos dias, mas não poderíamos ficar até lá.
Mais uma cidade charmosa no caminho, passeamos, encontramos um parque de diversões e um restaurante onde fomos felizes. 



Na noite em Remédios, esperamos por um transporte de trabalhadores que iria para Santa Clara, nosso destino. Esperamos por algumas horas, muito cansados. Embarcamos, acordei em algum lugar do mundo, perdida e todos também estavam dormindo. Momento desespero! Descobrimos que estávamos na cidade onde queríamos ficar, saltamos rapidamente! Depois do "ufa" ainda atordoados de sono, perguntei: "- Quem pagou as passagens?!"   Ops...
(é transporte de trabalhadores, mas comum pagar algo ao motorista).
Dormimos no Hostel da noite anterior. Tinha um quarto com uma cama de casal e a menor cama de solteiro que tive o prazer de conhecer. 

Seguimos viagem para Cienfuegos.
(Camilo Cienfuegos, personagem da Revolução Cubana, super vale ler sobre ele, algo aqui)
                             
Vista do terraço do nosso Hostel. São casas de família que alugam um quarto para hospedar viajantes. Sempre foram muito amáveis e solícitos em passar informações. Pessoas lindas que encontramos pelo caminho.                                                               
                            
Nesta cidade comi boa pizza, deliciosa casquinha de sorvete de chocolate, inspirada depois que vi um senhor trazendo a filha pequena do colégio em sua bicicleta. Eles pararam, comprou um sorvete pra garotinha e seguiram. Daí fui comprar um também.  
       Aqui jantamos em um bom restaurante bem ao lado do Hostel. Enquanto era feliz com meu pescado, nossa amiga nos fez lembrar de onde estávamos um dia antes... Na outra ponta do país, esperando um transporte, depois de passar o dia inteiro de estradas dentre táxis, caronas e de praia, suuuuuper cansados. Agora, só 24h depois estávamos limpos e cheirosos sentados em boa mesa, com boa comida e principalmente descansados... Por que depois teve muita salsa para dançar =)
Foto: Alejandro Perez
Foto: Alejandro Perez
Depois que essa festa acabou, teve outra! =)


Casas bonitas pelo caminho (por todo caminho desta Ilha).

Dia de praia por que estou na vida pra isso aé =) hahah
Melhor restaurante de todos foi pertinho dessa praia (não recordo o nome, mas é em Cienfuegos). Pedi pescado (peixe, ok), outro cerdo (porco), caranguejo e tartaruga. Depois do...ooow coletivo, o argumento "estou explorando" foi usado e não debatido (*o contexto local. *pra gente era exótico. *no Brasil é proibido). Acabei usando-o também e resolvi provar. Pra quem já comeu carne do sol, acredite, es lo mismo.
Seguimos para as montanhas... Foto tirada enquanto esperava carona, já que o caminhão que faz o trajeto, estava quebrado. 
pink over
Caminho para El Nicho. Nessa estrada, só havia o equivalente a uma faixa (dividam!) e largo acostamento.
Chegada!!!
Depois de brisar um pouquinho no sol, deu pra entrar na água que nem parecia mais tão gelada. Curtimos a cachoeira só pra gente, até chegar um grupo de russos que faziam fotos no estilo "Tarzan na selva" e pediram para o boy clicar.

Retornamos para Escuela, agora escrevendo sentadinha no meu quarto, "cansada de ser feliz por aquelas estradas cubanas."





Att.:
******* Sobre possíveis "mimimis" comuns de se ouvir sobre Cuba, vou usar o que ouvi de uma brasileira linda que viveu por muito tempo na Ilha... "Vá até lá e sinta".
******* Sobre o Che, sim, conheço muitas histórias(boas e más). E outra que conheci em Cuba: ele fundou uma fábrica de chocolates.










Um comentário:

Obrigada pela visita! Eu leio cada mensagem deixada aqui e se tiver alguma pergunta, que eu vou responder diretamente entre o comentários ou por e-mail. <3